segunda-feira, 8 de novembro de 2010

retorno

contente
dói de um modo fora do espaço
não tem pra onde ir

queria sumir
não ter que responder


acabei financiado
nada nesse meu coração derreteu com a verdade
a verdade ficou dura, como deve ser.

hoje eu na verdade sólida bati de cara
uma bicha familiar
mentira, ainda não,
que se é sólida tem que doer mais ainda, não é,
pra que seja mais verdadeiro, não foi assim? titia e de repente me vejo
sem querer tesão, na cadeira
como se todo acontecimento fosse unicamente
dentro escuro elíptico
como se fosse possível ultrapassar a barreira do animado e
juntar todos os nossos cacos finos
jogá-los para o alto

(vento)

como se o humano fosse um vício, desperdiço,
grande Belo Horizonte não é um corpo definitivo? carcomido atrás disso

o que me carrega ou me carregou até agora
foram os espíritos da raiva dissimulada,
anos sem perceber,
  ódio gratuito em relação à presença verdadeira,
altura e corpo e voz esquartejadas,
muita dificuldade em entender o porquê como dado obrigatório, carneiro
aceitei, eu acredito em tudo sem problema,
mas até aqui eu não sabia,
achava,
encontrava as coisas do mundo como objetos pra comer
espumas pra assoprar e perguntar tudo bem,
um tupperware desses no chão

em relação ao mundo geral
o ódio  escondido
a vontade mista
do Império Particular:
o mundo como a inexistência da brutalidade.

não escolhi o salvífico

antigo, antiga a dor portanto
brigar milênios

(meleca)

procurar o contente na dignidade
é novíssimo hoje
parece que não resta
fôlego e o universo, esse buraco
de boca aberta

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