a verdadeira me olhou no olho e disse que era uma mulher
- eu sou a oitava série
mas a escola não é feminina respondi que não tinha visto e ela disse sou mesmo uma mulher carne e osso
- sou uma mulher muito que faz mil coisas ao mesmo tempo
vê a verdade
ela tem strawberry fields
- leia-se: nothing is real
forever
então eu na escola com medo de ler o gênio do crime
era grande demais aquilo nada que é grande é divertido
nothing is real todo dia flechando
uma ferida abertura
e a escola esse local de saudade, a verdadeira
assim de trava
e a professora tropeça no batom
como não se fossemos sedentos
é que não era pra minha série, eu de marujo
no ar afinando o que estava além
leia-se uma leitura o que está além
mim
o gênio do crime é toda a teoria da arte e da literatura
-
a verdadeira está dentro de cada corpo naquilo que já está virado
mulher às sete da manhã café da manhã,
é q deu uma vontade de ser rei em ser rainha
da agústia do que se esbanja nas escolas
ir
a uma fé como a um local de leitura queimada
-
a fé como a não existência de mesmice
me fantasia
-
queimar todos os livros
o que se publica e
o que se não publica
(os poemas já não mais: a internet é o fogo)
(eu juro, todo-dia, também todos nós
nos afastando da falta, o medo sem fogo)
queimar todos
na casa do gênio do crime
queimando a habitação
sem medo da máfia
infantilizar a decoração
achar uma espécie sem dinheiro
assim sem o poder de virar a cara
sem a
saborear a fineza do gosto perdido
a bossa, o museu, a intriga
tudo de novo aparecendo no sobral
e a gente esbanjando o quê?
ah essa mudez de acaso
sábado, 12 de dezembro de 2009
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