sábado, 12 de dezembro de 2009

a verdadeira me olhou no olho e disse que era uma mulher

- eu sou a oitava série

mas a escola não é feminina respondi que não tinha visto e ela disse sou mesmo uma mulher carne e osso

- sou uma mulher muito que faz mil coisas ao mesmo tempo

vê a verdade
ela tem strawberry fields

- leia-se: nothing is real 

forever

então eu na escola com medo de ler o gênio do crime
era grande demais aquilo nada que é grande é divertido

nothing is real todo dia flechando
uma ferida abertura

e a escola esse local de saudade, a verdadeira
assim de trava

e a professora tropeça no batom
como não se fossemos sedentos

é que não era pra minha série, eu de marujo
no ar afinando o que estava além
leia-se uma leitura o que está além

mim
o gênio do crime é toda a teoria da arte e da literatura

-

a verdadeira está dentro de cada corpo naquilo que já está virado
mulher às sete da manhã café da manhã,
é q deu uma vontade de ser rei em ser rainha
da agústia do que se esbanja nas escolas
ir
a uma fé como a um local de leitura queimada

-

a fé como a não existência de mesmice
me fantasia

-

queimar todos os livros
o que se publica e
o que se não publica

(os poemas já não mais: a internet é o fogo)

(eu juro, todo-dia, também todos nós
nos afastando da falta, o medo sem fogo)

queimar todos
na casa do gênio do crime
queimando a habitação
sem medo da máfia
infantilizar a decoração
achar uma espécie sem dinheiro
assim sem o poder de virar a cara
sem a
saborear a fineza do gosto perdido
a bossa, o museu, a intriga
tudo de novo aparecendo no sobral
e a gente esbanjando o quê?
ah essa mudez de acaso

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