quinta-feira, 22 de abril de 2010

mas homem eles costumam não mexer
homem eles costumam não mexer,
das janelas pela manhã observamos o ônibus passar, nada
das portas pela tarde vamos ao supermercado ou almoçar, nada
depois vamos à aula
às vezes tem cinema
às vezes caminhada
mas o que eu gosto mesmo é de ficar olhando tudo, observando como as pessoas caminham indeterminadamente e ultimamente sem precedentes
e como são calmos e como são bonitos os homens calados, com suas malas
com uma aura as pessoas ocupadas fazendo algo de muito mais útil que o seu nas suas vidas as pessoas caminhando que nem a loucura calada de quem morre de medo
essa aura, há também no computador 
sobre as teclas
mas há nos parques, nas casas, nas panelas, nos shorts, bermudas, nucas, braços masculinos, rostos femininos, mãos fortes sobre o queixo



*

todo mundo manda tomar no cu
tomar no cu,
uma fórmula poetada justamente no prazer de subjugar um homem que se humilha com a explosão do prazer do que um dia
resolveram só para a mulher que coitada tadinha dela né

gritando que nem uma puta a bicha louca cabeleireira 
no meio da rua da cidade do interior
calado que nem um intelectual
desses que não casam 
sobre a carreira com os olhos abertos - dança um pouco mais
o menino e uns móveis de madeira atrás
todo mundo brincava de esconder quando criança, rafael
ditadores do imaginário filhos duma puta

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