sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

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nunca ninguém desejou tanto ter na boca uma andorinha. Eu vejo-a, no telhado, a correr através delas com um relfexo de cobre, rasteja, espera, salta sobre o seu voo rasante; as asas delas, longas, pestanejam-lhes nos olhos,
tentam-se mutuamente; os seus bordos atractivos, no entanto, são mortais; Melissa, porque distraída, pode cair do telhado, e a andorinha, por se separar do ente criado do voo

e penso que é preferível não trocarmos de vestes com a paixão, guardar, talvez, a liquidez do apaixonado e encontrar uma arte de viver não coercitiva. Em Melissa, a liquidez não é transparente, deseja esses objectos móveis,
concretos e quentes, com a premência de viver o seu negativo, dir-se-ia


onde vais, drama-poesia?, p. 294

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